quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

KARL MARX E O MATERIALISMO DIALÉTICO

AS BASES DO MATERIALISMO DIALÉTICO


 Qual o sentido vulgar do termo materialismo? E o sentido filosófico, utilizado na linguagem marxista?
Materialismo no sentido vulgar, tem conotações negativas. Exemplo: À cobiça por dinheiro, à inveja, ao egoísmo, ao apego desmedido aos bens econômicos. Uma série de vícios que tornam o homem mesquinho e incapaz de valorizar o lado social, e de lutar por valores que estejam além das necessidades materiais.

Materialismo no sentido filosófico, o termo materialismo  refere-se à teoria filosófica preocupada em destacar a importância dos seres objetivos como elementos constitutivos da realidade do mundo.
No plano social, esses seres objetivos, concretos, formam a base da sociedade. E essa base material é constituída pela estrutura econômica que garante a manutenção da existência coletiva.


 Para o materialismo filosófico, qual a relação entre consciência e existência material?
O materialismo filosófico contrapõe-se ao idealismo filosófico em relação à parte imaterial (as idéias).

O idealismo filosófico de HEGEL, atribui ao espírito a responsabilidade última pelo desenvolvimento da história humana. Este espírito seria o  criador do pensamento, da idéia. A idéia por sua vez, seria o fator primordial na determinação da realidade do mundo.

O materialismo filosófico de MARX, afirma que o pensamento, a consciência e a idéia se desenvolvem como reflexos da realidade material, objetiva, produzidos no cérebro humano. Não são reflexos passivos, são ativos, dialéticos, isto é, em que a realidade influência a idéia e o sujeito consciente influência a realidade.


 Caracterize as principais críticas apresentadas por Marx e Engels ao “antigo materialismo”
Apesar de Marx e Engels serem defensores do materialismo filosófico, eles condenavam as antigas escolas do materialismo. Para eles elas eram: mecanicistas, antidialéticas e anti-histórica.

Mecanicista, porque considerava toda realidade material sujeita as leis mecânicas e deterministas. Isso se chocava com o desenvolvimento recente das ciências, como a química, a física e a biologia.

Antidialéticas, porque a realidade material era considerada como algo estático (parado), perfeito e acabado.

Anti-histórica, porque o ser humano era considerado uma entidade fixa no tempo, portador de virtudes e vícios, mas sempre o mesmo ao longo da história.

Marx e Engels absorveram as concepções dialéticas de Hegel e as aplicaram no materialismo. Assim a realidade material, seja da natureza ou da sociedade, é concebida dentro de um processo dialético de permanente evolução. Hoje o homem é considerado um ser histórico, isto é, está diretamente influenciado por sua época, pelo seu meio geográfico e social, um ser igualmente capaz de reagir, pelo seu trabalho consciente, ao mundo em que vive.

Dialética – vem do grego dialektiké, que significa arte do diálogo, do debate, da discussão.


O que você entende por filosofia da práxis?
Filosofia da práxis é a união dialética da teoria e da prática ao mesmo tempo. A consciência é determinada pelo modo como os homens produzem a sua existência.

 Cada um dos princípios da dialética: a) tudo se relaciona; b) tudo se transforma; c) mudanças qualitativas; d) luta dos contrários.

a)      tudo se relaciona
A realidade é concebida como um sistema complexo, interligado onde tudo que existe está relacionado com o todo.

Ex.: hoje não se concebe a ciência sem a filosofia.
Para a compreensão há a necessidade da troca de idéias entre a ciência e a filosofia.

b)     tudo se transforma
Onde existe movimento, existe transformação
Segundo o cientista Albert Einsten (1879 – 1955), como ele definia a realidade. “Algo que se move”.
c)      mudanças qualitativas
Quando não se perde a essência das coisas

Ex.: Engels, a água pode ser aquecida até atingir 100ºc, quando então passa para o estado gasoso.
A água se transformou adquiriu nova forma.

d)     luta dos contrários
Conforme a dialética, a luta dos contrários conduz a uma superação progressiva das contradições.
morte em contraposição a vida,
miséria em contraste com a riqueza etc.

Ex.: O que seria do verde se todos gostassem do amarelo?
Temos o verde e o amarelo.
O verde é o lado positivo,
o amarelo é o lado negativo
Para se chegar a um objetivo é preciso que haja esta contradição.


CONCEPÇÃO MATERIALISTA DA HISTÓRIA


 O sentido básico dos seguintes conceitos: a) modo de produção; b) forças produtivas; c) a relação de produção.

a) modo de produção
A maneira pela qual os homens obtêm seus meios de existência material, isto é, os bens de que necessita para viver.
Os modos de produção de uma sociedade dependem do estágio das forças produtivas e do desenvolvimento das relações de produção.

Sem produção, sem o trabalho a sociedade não pode viver nem se desenvolver.
Há muitos modos da sociedade conseguir os meios de existência necessários. Pode fazê-los como por exemplo utilizando instrumentos de artesão ou servindo-se das máquinas.


b) forças produtivas
Instrumentos necessários para determinados trabalho do homem.
Para vivermos, necessitamos de alimentos, calçados, alojamento (...) e para obtermos esses bens materiais é necessário que a sociedade os produza. Para produzir é preciso saber fabricar e saber servir-se deles.
Precisamos Ter claro a análise das forças que nos permite tirar da natureza a subsitência da sociedade. São elas:



Instrumentos de produção – com a ajuda dos quais são produzidos os bens materiais, ficando assim entendido, que entre os bens materiais deve-se colocar tanto os bens de consumo, como também os bens de produção.
Os homens – que manejam esses instrumentos e sem os quais não poderiam serem postos em movimentos.
A experiência da produção – adquiridas por gerações, conhecimento técnico e científico.
Os hábitos de trabalho – próprios a cada trabalhador, sua qualificação, sua habilidade, isto é, o fato de ser calejado no seu ofício.
Tais são as forças materiais que consideradas em conjunto, em sua interação constituem as forças produtivas.


c) relação de produção
Podemos concluir que relação de produção é tanto a forma que o ser humano age, como também a ferramenta (conhecimento) de que necessita para conseguir seu engrandecimento dentro da sociedade.
Quaisquer que sejam as condições, a produção é sempre uma produção social. Foi a sociedade que fez do homem o que ele é, foi a produção social que o arrancou da animalidade.
Se a produção tem sempre e por toda parte um caráter social é inevitável que, por ocasião da produção, se estabeleçam certas relações entre os homens.
Não se trata de relações platônicas. Trata-se de relações que dizem respeito a produção, que são comandadas por ela. Não podemos considerar apenas a relação do homem com a natureza (força produtiva), existem relações entre homens, que se denomina relações de produção.

Marx define relação de produção

“Na produção os homens não agem somente sobre a natureza, mas também uns sobre os outros. Não produzem senão colaborando de modo determinado e trocando entre si suas atividades. Para produzir, entram em relações determinadas uns com os outros, e é apenas dentro dos limites dessas relações e das relações sociais que se estabeleceu sua ação sobre a natureza”.



 Interpretação da firmação de Marx:
”O modo de produção da vida material condiciona, de maneira geral, o processo de vida social, política e intelectual. Não é a consciência dos homens que determina sua existência, mas, ao contrário, é a sua existência social que determina a sua consciência”.
O materialismo filosófico, marxista parte do princípio de que a matéria, a natureza, em suma o ser é uma realidade objetiva, que existe fora e independentemente da consciência, que a matéria é um dado primário, pois ela é a fonte das sensações, das representações da consciência, enquanto que a consciência é um dado secundário, derivado, pois ela é o reflexo da matéria, quando esta atingiu, no seu desenvolvimento, um alto grau de perfeição, mais precisamente, o pensamento é produto do cérebro, e o cérebro o órgão do pensamento. Não podemos por conseguinte separar o pensamento da matéria, sob pena de cairmos num erro grosseiro.

Interpretação da seguinte afirmação atribuída a Marx:
“A necessidade só é cega na medida em que não é compreendida (...) a liberdade é a inteligência da necessidade”.
Conforme aumentava a riqueza da sociedade, os operários passavam a sonhar com uma sociedade sem classes, em que a abolição da propriedade privada garantisse a todos a satisfação de suas necessidades.
A necessidade assim era cega, pois aos donos da produção não interessava ver a necessidade dos outros.
Também pensavam numa apropriação coletiva dos meios de produção que atingissem na raiz, tanto o funcionamento do modo de produção capitalista quanto a fome da alienação do homem. Eram oprimidos.
Criaram-se então, os instrumentos de produção com a finalidade:
Ampliar as possibilidades do corpo humano no manejo da natureza. Esses instrumentos foram criados em função de certas necessidades naturais que proporcionavam os homens mas, ao mesmo tempo refletem a libertação do homem de tais pressões.
Esses instrumentos exprimem o confronto dialético entre o homem e a natureza.
Revelam assim a relação entre liberdade e necessidade.


 A concepção materialista da história ressalta a importância dentro do processo histórico, dos modos de produção. Isso reduziria a análise do processo histórico, tendo em vista apenas as estruturas econômicas? Justifique.

O materialismo histórico considera que já entre as condições da vida material da sociedade, outra força, cuja existência independe da vontade dos homens, e que é a força principal do desenvolvimento econômico. Esta força é o modo pelo qual os homens obtém seus meios de existência, os bens materiais necessários à vida (modo de produção dos bens materiais). Dentro do processo histórico dos modos de produção, nada existe além da  natureza e dos homens, e nenhum desses elementos tomados separadamente pode explicar o desenvolvimento da sociedade. Sem a produção, sem o trabalho, a sociedade não pode nem viver nem se desenvolver. O trabalho não é uma maldição divina é a condição objetiva da existência humana.


 Comente a importância atribuída pelo marxismo às lutas de classes.
A luta de classes é entendida como o confronto entre explorados e exploradores, só desapareceria com a construção de uma sociedade comunista “perfeita”, na qual todos os homens estivessem livres das injustiças sociais. (onde todos tivessem direitos iguais).

A luta de classes representa uma espécie de “motor” da história humana. É a expressão das contradições existentes dentro da sociedade.
A história de qualquer sociedade até nossos dias foi apenas a história de classes.

Ex.: Luta de classes entre:
Homem livre e escravo
Patrício e plebeu
Barão e servo
Mestre e aprendiz
Opressores e oprimidos
Guerra ora aberta ora dissimulada.

Marx e Engels

Aboli a exploração do homem pelo homem e tereis abolido a exploração de uma nação por outra nação.
No dia em que cair o antagonismo das classes no interior da nação, cairá igualmente a hostilidade das nações entre si.

                                                                                  Angélica Wiziack Silva

A INTERDEPENDÊNCIA MÚTUA DA COGNIÇÃO E DO AFETO: ATRIBUINDO SENTIDO À APRENDIZAGEM - 2ª PARTE ( FINAL DO SÉCULO XIX)

No final do século XIX, o estudo da interioridade humana, que antes cabia à Filosofia, foi assumido pela recém-nascida Psicologia, que não ficou imune no tocante à busca da idealizada objetividade. A tentativa de fazer da Psicologia uma ciência, com base nos parâmetros disponíveis na época - ou seja, nos critérios das ciências físicas e naturais - fez com que os fenômenos mais difíceis de descrever e medir fossem abandonados, fazendo com que a Psicologia se voltasse para o estudo do comportamento manifesto, entendido como um conjunto de ações ou reações do indivíduo expressas no ambiente e, portanto, capazes de serem observadas e analisadas.

Por influência de Locke (1632-1704), a mente, neste modelo emergente, era vista como uma tábua rasa, uma espécie de folha em branco sobre a qual seriam impressas as sensações advindas do meio ambiente. Assim o conteúdo da mente seria uma cópia isomórfica das contingências e variações do ambiente, e a aprendizagem vista não como uma qualidade intrínseca do organismo, mas necessariamente impulsionada pelo meio.

Por meio de um mecanismo associativo, regido pelos princípios da semelhança, da continuidade espacial e temporal e da casualidade, com o tempo seria acumulada uma série de conhecimentos e, mediante condicionamento, seriam adquiridos determinados padrões de conduta. este modelo, na verdade, era coerente com o paradigma vigente na época.

Watson (1878-1958) e Skinner (1904-1990) foram os principais representantes da ciência psicológica emergente, denominada Behaviorismo  ou Análise Experimental do Comportamento, postulando que se há correspondência entre o ambiente e a mente, não há por que se estudar a mente; bastaria estudar o comportamento.

Com a finalidade de se expandir e corrigir o que se supunha até então em relação a mente humana, era necessário que fossem incorporadas aos estudos acerca da cognição algumas das chamadas variáveis "mentalistas", as quais não poderiam continuar sendo desconsideradas, mas teriam de ser estudadas por métodos cientificamente aceitáveis, sem que a Psicologia precisasse abdicar do seu status científico recentemente conquistado.

Assim, assistiu-se ao nascimento da Ciência Cognitiva, alicerçada especialmente na teoria do Processamento da Informação, a qual contou com o auxílio das novas tecnologias emergentes e dos avanços obtidos por outras áreas de estudo, como a Neurociência, a matemática e a Estatística. A metáfora do computador, isto é, a simulação da mente humana em ambientes computacionais, conhecida como inteligência artificial, possibilitou a criação de modelos mentais, e assim proliferaram estudos sobre diversas funções cognitivas, como a atenção, a percepção, a memória, a organização do conhecimento (conceitos), o processamento e a produção da linguagem, a resolução de problemas e a tomada de decisões.

Na década de 80, um novo tipo de pesquisa, que tem buscado elucidar alguns dos aspectos dinâmicos do conhecimento, passaram a incluir as questões afetivas. A relação entre cognição e afeto passou a ser objeto de estudo, sendo que os pesquisadores, concordando que a cognição e  emoção têm influências recíprocas.

Embora existam posições contrastes quanto ao "o que ocorre primeiro", se o cognitivo ou o afeto, observa-se que a afetividade parece assumir um papel importante na regulação dos comportamentos. E assim como se discute a influência do afeto sobre a cognição, também se avalia o inverso, isto é, de que maneira a cognição ajuda a regular as experiências emocionais. Izard (1989) lembra que é a nossa cognição a resposável pela capacidade de rotular nossos sentimentos e entender as condições que levam a diferentes emoções, bem como pela capacidade que temos de antecipar nossas próprias reações emocionais.

A INTERDEPENDÊNCIA MÚTUA DA COGNIÇÃO E DO AFETO: ATRIBUINDO SENTIDO À APRENDIZAGEM - 1ª PARTE

Quando alguns dos primeiros filósofos desvincularam-se da exclusiva preocupação com os fenômenos da natureza, passando a tecer especulações sobre o ser humano e sua interioridade, iniciou-se o debate controvertido acerca da relação entre os aspectos cognitivos (razão, inteligência) e afetivos (emoções e desejos) do homem. No início dessas especulações, foi considerado que tanto as faculdades humanas relativas à cognição quanto os afetos estariam abrigados na alma, a parte imaterial do ser humano.

A partir de Socrates (469-399 a.C.), porém, passou-se a destacar a razão como principal característica humana, a qualidade verdadeiramente nobre do homem. Para Platão (427-347 a.C.), que procurou definir um "lugar" para a razão, a alma estaria na cabeça, encontrando-se, no entanto, separada do corpo material. Assim, a alma passou a ser considerada a sede da razão, enquanto o corpo abrigaria as coisas ligadas `a emoção. A dissociação corpo-alma trouxe, portanto, implicações importantes para a relação cognição/afeto.

Aritóteles (384-322 a.C.) também se dedicou ao estudo da razão (desenvolvendo, por exemplo, a lógica dedutiva clássica), mas achava, ao contrário de Platão, que corpo e alma não poderiam ser dissociados. E assim, a polêmica corpo-alma durou muitos séculos, e mais tempo ainda tem perdurado a polêmica relação entre cognição e afeto.

O estoicismo, que marcou o período pós-socrático (cerca de 320 a.C. até o início da era cristã) e que defendido, por exemplo, por  Marco Aurélio e Sêneca, alimentou a idolatria pela razão, a qual deveria ser defendida a qualquer preço. Os fenômenos do âmbito afetivo deveria ser deixados de lado, por serem considerados perturbadores potenciais da razão. Na Idade Média, especialmente por influência de santo Agostinho (354-430d.C), à razão foi atribuído um caráter divino. O conhecimento e as idéias foram considerados a maior prova da manifestação de Deus no homem. No Renascimento, o antropocentrísmo substituiu o teocentrísmo. Várias manifestações humanas começaram a ganhar espaço, e grande parte dos filósofos do período moderno continuou a garantir a supremacia da razão. O raciocínio dualista foi coroado com o aparecimento do ideário cartesiano. Descartes (1596-1650), na tentativa de provar que os conhecimentos humanos eram realmente seguros, propôs a aplicação de métodos matemáticos à reflexão filosófica. Consequentemente, os sistemas em geral (o universo, o corpo) passaram a ser vistos como máquinas, engrenagens a serem descritas e explicadas pela análise de cada uma de suas partes.

Assim, nascia a Ciência, e a criação do método científico - baseado nas experimentações e no controle visível e mensurável dos fenômenos - consolidou a razão autônoma como única forma válida de se obter conhecimento. Bacon (1561-1626), por exemplo, tinha uma fé inabalável no poder da ciência e da lógica, confiança esta que foi inteiramente justificada pelos imensos progressos gradativamente alcançados pela ciência e pela tecnologia. O Século das Luzes (século XVIII), propôs-se a "tirar o homem das trevas da ignorância" o que, até certo ponto, foi conseguido.

Pascal (1623-1659), entretanto não acreditava qua a natureza humana, com toda sua variedade, riqueza e contradição, pudesse ser verdadeiramente compreendida com base no racionalismo. Apesar de concordar que a razão fosse uma qualidade distintiva do homem, a própria fonte de dignidade e da moralidade, ele dizia que a confiança excessiva na razão é falha. Pascal percebia nas emoções um poder não compreendido pelo paradigma racionalista, expressando-se acerca disso na célebre frase: "O coração tem razões que a própria razão desconhece".

Mais tarde, Kierkegaard (1813-1855) e os pensadores existencialista, mergulhados num ambiente de forte compartimentalização - que transcendeu as teorias e as ciências, incorporando-se também à arte, à religião e à vida familiar - enfatizaram que "a realidade somente pode ser abordada e experimentada pelo indivíduo total, como organismo senciente, atuante e pensante"(May, 1977, p. 51).

Apesar do alerta de pensadores como Pascal e Kiekegaard, a negação da subjetividade e da afetividade em nome da ciência e tecnologia predominou ainda durante muito tempo, em quase todas as áreas.


Extraído do livro: Múltiplas faces do Educar: Processo de aprendizagem, Educação e Saúde, Formação Docente.
organizadores: Nilson Fernandes Dinis e Liane Maria Bertucci.
Editora: UFPR
Capítulo escrito por: Helga Loos

Próxima postagem...continuação...o assunto que fazia parte da filosofia, foi assumido pela Psicologia - isso, no final do século XIX.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Primeiras aproximações teóricas com a Literatura Infantil

A origem da literatura infantil é bastante contraditória, para alguns historiadores. Surgiu na oralidade e é um gênero tão antigo como a imaginação humana. Aparecia sempre que eram relatados casos fabulosos para recreação ou para tirar deles alguns ensinamentos.
As lendas e tradições folclóricas de todos os povos segundo Lajolo (1985), são transmitidas oralmente de geração em geração, são a principal fonte inspiradora da literatura infantil. Esta abrange desde clássicos da literatura mundial até livros quase sem texto, compostos somente de ilustrações. Os temas incluem contos de fadas, fábulas e lendas transmitidos pela tradição oral, aventuras etc. Um critério satisfatório para distinguir o gênero é o consumo: consideram-se infantis obras que, escritas ou não para crianças, são lidas e apreciadas por elas.
Essa literatura teria suas raízes mais remotas, em fontes indo-européias mais precisamente na cultura grega. "Foi no mundo clássico dos gregos que começaram as primeiras divergências sérias entre os que discutiam, o que era, para que servia a literatura." (Lajolo, 1985, p.55). A literatura grega não era privilégio dos que liam, eles as usavam como uma espécie de celebração coletiva, nos teatros, nas praças e nos templos, pois além de cumprir o papel que lhe estava reservado, ainda tinha a chance de repercutir profundamente na vida de cada um, como ainda hoje repercute em nossas vidas.

Angélica
Extraído do meu TCC.

De conto em conto


 
 
 "Porque todo mundo gosta de hitória e de poesia. Não há sociedade sem narrativa.
O homem é um animal narrativo. Homo narrador. Todo mundo quer ouvir histórias.
Contamos histórias desde o amanhecer até a hora de dormir. Senta num taxi, história; entra em um ônibus, história; vai para a escola, história; dá uma topada, história; briga com o namorado, história. Todas as situações da vida propiciam acontecimentos narráveis e vivemos desse entrelaçamento de narrativas."
David Arriguci Jr. ( Entrevista para a revista de Cultura Cásper Líbero, em São Paulo.)


Guardamos na memória heróis, vilões, objetos mágicos e forças sobrenaturais que povoam contos maravilhosos, de aventura, de mistério, lidos ou ouvidos ao longo da vida.
Os contos fazem pensar, intrigam, trazem descobertas, provocam susto, risos e encantamento.
Este espaço é destinado à todos os gêneros literários, principalmente,  assuntos ligados ao desenvolvimento humano.
Através deste blog, gostaria de aproximar jovens e adultos de boas obras literárias, ampliando o universo de reflexões.
                                                                      Angélica Wiziack Silva

Lemos para saber, para compreender, para refletir. Lemos também pela beleza da linguagem, para nossa emoção, para nossa perturbação.
Lemos para compartilhar. Lemos para sonhar e para aprender a sonhar.
José Moraes. A arte de ler. São Paulo: Unesp, 1996, p.12.